Já
no primeiro dia de greve (sexta-feira), a gestão Rosalba Ciarlini se apressa
para envenenar a população com suas mentiras, farsas e manipulações
inescrupulosas. O irônico é que se enrola no próprio jogo que fantasia. Vamos a
realidade.
A
MANIPULAÇÃO
A
Secretaria de Educação afirmou nas redes sociais que apenas 16% de UEIS e 15%
de 77 escolas de ensino fundamental aderiram à greve. Primeiro erro: não
existem estas 77 escolas de ensino fundamental na rede municipal de ensino de
Mossoró. Em segundo lugar vem o pior: a falta de coragem e responsabilidade da
Secretaria de Educação em diagnosticar o real impacto da greve dos professores
na vida de pais, mães e crianças.
A
Secretaria de Educação sabe muito bem que na rede municipal existe uma
variedade de situações de professores: efetivos, contratos temporários, com
aulas excedentes, permutas com outros municípios, etc, e que em virtude disso,
ela jamais vai conseguir verificar o impacto real da greve, utilizando como
estratégia o mapeamento das escolas totalmente paradas. Por exemplo, tem escola
que de 10 salas de aulas, apenas 1 sala está funcionando devido o professor ser
temporário. Ou ainda, tem escolas de ensino fundamental maior, que das 9
disciplinas, apenas 1 não aderiu a greve. E aí, se os alunos forem a escola
para ter aula de apenas um componente curricular, essa escola vai ser contada
como não adesão a greve? Não seria mais honesto com a população, mais
responsável com pais e mães, a prefeitura diagnosticar o número real de
crianças e adolescentes sem aulas, que estão privadas do direito a educação
pela incapacidade da gestão de dialogar com os professores?
Diferente
da Gestão Rosalba Ciarlini, o Sindiserpum não manipula as informações sobre a
greve, porque não fugimos da responsabilidade com as consequências que ela
produz. Por isso, insistimos que a prefeita tem também a responsabilidade de
dialogar e negociar a pauta de reivindicação dos professores. A verdade é que
ao final do primeiro dia de greve, os números indicados pelos próprios
professores, mostram que 6 MIL alunos já estão sem aulas. E esse número vai
crescer.
Os
professores e professoras são os que mais se angustiam com os prejuízos na
aprendizagem dos seus alunos(as), mas não podem admitir serem ignorados,
desrespeitados, desvalorizados, por uma gestão que se recusa a discutir uma
simples pauta de reivindicação. A prefeita, Rosalba Ciarlini, tem obrigação de
agir na defesa do interesse público e essa tarefa tem relação com a capacidade
de solucionar conflitos. É de interesse público que a prefeita esteja aberta ao
diálogo para debater os problemas do município. E a educação de um povo é o bem
maior da sociedade, por isso ela jamais pode ser ignorada por qualquer gestor
público.
A
FARSA
A
página oficial da prefeitura nas redes sociais, joga com uma associação de
texto e imagem para criar a ilusão de normalidade nas escolas municipais de
Mossoró, mesmo estando em momento de greve. Porém, a farsa caiu quando a
professora que aparece na foto (antiga) com as crianças em sala de aula, se
indignou e protestou comentando no post da prefeitura: “ Vamos abrir os olhos
pra enxergar a realidade, senhora prefeita, estamos lutando pelo que nos é de
direito! Aproveitem e atualizem a foto, pois essa daí é do ano passado.”
Acontece que a professora está em greve e essa farsa da prefeitura lhe causou
constrangimentos, angústias, chegando a ser questionada por mães de alunos e
colegas. O Sindiserpum dará todo apoio a professora e se necessário tomará as
providências jurídicas cabíveis.
A
MENTIRA: VALORIZAÇÃO? QUE VALORIZAÇÃO?
O
discurso da Secretaria de Educação diz que a gestão Rosalba Ciarlini faz
esforço para valorizar os professores. Porém a prática trilha o caminho da
desvalorização. Vejamos:
ü Envia PL para
aprovação na Câmara com reajuste salarial (3,75%) menor do que o definido pelo
MEC (4,17%) para atualização do Piso Salarial do Magistério;
ü Tenta produzir uma
desestruturação da carreira do professor começando com achatamento salarial;
ü Desrespeita o
Plano de Carreira engavetando mudanças de classe de 2017 e 2018, o que provoca
perda de 5% na remuneração que teriam por direito;
ü Nega a atualização
do auxílio deslocamento da zona rural;
ü Intensifica a
“peneira” na avaliação para o prêmio 14º salário, produzindo uma redução
drástica no número de escolas premiadas. E ainda está atrasado o pagamento e a
publicação das escolas;
ü Impõe condições
extremamente inadequadas ao processo educativo com salas superlotadas,
apertadas, sem ventilação, etc; e sem condições materiais;
ü Prefere ignorar o
processo democrático e manter diretores indicados por força política descumprindo
o PME.
Enfim,
a educação nos é muito valiosa, por isso, não podemos deixá-la ser aprisionada
em práticas ilusionistas e autoritárias. Vamos dialogar, construir consensos e
a greve acaba. Só depende da prefeita.
_____________
Por Marleide Cunha, presidente do Sindiserpum.
Publicado em 08 de março de 2019. © Assessoria de Comunicação Sindiserpum.
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