Em uma assembleia histórica, a
primeira em formato virtual, o Sindicato
dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), reuniu
aproximadamente 150 professores(as) e supervisores(as) nesta sexta-feira (22) em
torno da implementação de aula remota por parte da Prefeitura Municipal de
Mossoró na rede pública de ensino.
Em meio a muitas dúvidas e
questionamentos, foram abordadas dificuldades como: falta de estrutura de
professores e alunos, baixa participação na devolução de atividades, a exclusão
de todas as turmas com professores com aulas excedentes e de turmas com
professores com contratos em fase final, além de muitas outras lacunas na
portaria sore horas letivas e frequência.
Ao final, foi encaminhado que o
Sindiserpum irá provocar o Ministério Público; solicitar oficialmente da Prefeitura
informações sobre os pontos obscuros nos documentos; construir a narrativa e
levar o debate para a sociedade e que os professores devem fazer um
levantamento de quantos alunos estão participando das aulas remotas e
realizando as atividades propostas. Uma nova assembleia virtual foi marcada para
próxima sexta-feira (29), às 16h.
A presidenta do Sindiserpum,
professora Marleide Cunha, avaliou a situação: “Essa aula remota, instituída
pela Secretaria de Educação de Mossoró é uma profunda e perversa exclusão do
direito a educação para milhares de crianças e adolescentes. Será a exclusão
dentre os já excluídos. Como famílias que anseiam desesperadamente por receber
kits de merenda escolar, doação de cestas básicas, famílias que estão sem
emprego, sem renda, vão ter acesso a computador, telefone celular com boa
memória e internet? Como professores vão ensinar sem nenhuma estrutura de
equipamentos disponibilizada pela prefeitura? Os professores estão usando sua
internet, seus celulares, que não aguentam dezenas de grupos de alunos e
milhares de mensagens por dia, inviabilizando as respostas. A Secretaria de
Educação não deixa claro nos documentos como serão computadas as horas e frequência,
como vai atender a alunos especiais ou o que vai fazer para garantir o ensino
aos que estão invisíveis. A aula remota na educação infantil e ensino
fundamental é excludente e ineficiente. É preciso ter honestidade para
reconhecer que a pandemia tornou impossível oferecer 800h anuais no ano letivo
de 2020 e continuar com isso é alimentar uma grande mentira. Os professores e
professoras tem compromisso com a educação pública e não vão silenciar diante
do desrespeito ao direito à educação. A assembleia virtual deliberou: o
Sindiserpum deve acionar o Ministério Público. Não vamos compactuar com um
ensino que não depende da vontade do estudante em aprender e que aumenta a
desigualdade nas oportunidades de aprendizagem”.
Publicado em 22 de maio de 2020. © Assessoria de Comunicação Sindiserpum.
Publicado em 22 de maio de 2020. © Assessoria de Comunicação Sindiserpum.
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